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Um Breve Olhar Sobre o Álbum #Eva da RapDiva (Por: Kratos)

Eva RapDiva lançou no último fim de semana o seu primeiro álbum de originais intitulado Eva, uma homenagem à sua avó que tem o mesmo nome.

Tinha alguma curiosidade em saber como o álbum estava, primeiro pelas músicas promocionais lançadas e segundo por saber que Vui Vui estava na direcção artística do mesmo. Não houve quem ficou indiferente com a música “Um Assobio Meu” com participação de Gari Sinedima, composição 5 estrelas acompanhado de um vídeo da mesma qualidade. Mas antes de abanarmos todos a cabeça em tom de aprovação, o público rap esteve em alerta em relação a este álbum, é que a primeira música promocional foi uma kizomba, “Final Feliz” é um hit nas pistas de dança e eu até hoje não sei se devia ficar feliz ou triste com isso. Feliz pelo sucesso da música, triste porque a música é tão boa que parecia que teríamos um “álbum de rap cheio de kizombas”. Com este mix de sonoridade, não se sabia ao certo o que esperar do primeiro álbum de Eva.

Para quem ouviu a mixtape “Rainha Ginga do Rap” certamente irá notar inúmeras diferenças comparativamente a este álbum. Eva melhorou a forma como dropa, melhorou na composição, alterou a sua sonoridade e até a sua imagem. É justo dizer que a Eva elevou a fasquia do rap feminino.

O álbum traz um discurso maioritariamente de emancipação das mulheres, por diversas vezes a artista faz referências a mulheres independentes, mulheres que não precisam de um homem que pague as suas contas pois batalham para terem o que é delas, impulsiona-as a atingirem os seus sonhos, independentemente da situação.

A música “Um Assobio Meu” é uma obra prima, espelha os problemas sociais que o nosso país vive, abordado de uma forma pouco convencional. A voz de Gari Sinedima encaixou na perfeição no instrumental, só nos resta mesmo acompanhar o kota Teta Lando e mandar um assobio para o ar.

Outra música que merece destaque é certamente a faixa “Escolhida Para Vencer” com a participação da “morena de cá”. Uma homenagem às mulheres guerreiras e batalhadoras que fazem de tudo para manter o lar, como disse a Selda: “foste escolhida para vencer, levante a cabeça e sê mulher”. Por falar em Selda, o refrão desta música é de loucos, eu podia ficar os 3 minutos só com o refrão no loop.

A faixa “Está A Faltar” é dedicada ao rap angolano, Eva aponta o que na sua opinião falta no nosso rap: Mais emoção, mais inspiração… Falta coração. Nem foi preciso olhar para a ficha técnica para saber que o instrumental foi produzido pelo Dji Tafinha. O instrumental e… Deixa pra lá!

Maria Tem Dono” é uma música fixe, um banger que fala dos homens que se atiram deliberadamente a outras mulheres, sem se importarem se estão acompanhadas ou não. Na verdade, a expressão “Maria Tem Dono” é que, na minha opinião, não me parece ser a mais apropriada. Percebo que seja uma expressão popular, mas para alguém que no decorrer do álbum defendeu e exaltou a posição das mulheres perante a sociedade, dizer que a Maria Tem Dono parece uma contradição ao seu discurso, como a própria artista referiu na música “Outra Espécie”, mulher não é objecto, logo, mulher não tem dono.

De uma forma geral, o álbum está agradável de se ouvir, Eva assentou muito bem nos instrumentais (acreditem, é verdade) e gostei muito do facto de as letras das músicas estarem incluídas no livro.

Numa escala de 0 a 10, eu daria nota 8, mesmo com as duas kizombadas que lá estão.

Curta aqui os singles do projecto

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Projecto “O Último Rapper” de Young Double a Pente Fino

Young Double To Na Minha

Prestes a completar um mês de lançamento (amanhã, dia 27) é chegada a hora de avaliarmos o projecto “O Último Rapper” de Young Double. Ahm, esqueçam o titulo do post

Dia 30 é muito tarde, baixe e ouça agora OUR“. Foi com estas palavras que Young Double decidiu antecipar para 27 de Maio o lançamento do seu “tão anunciado” projecto intitulado O Último Rapper ou ou #OUR se preferirem.

Foram exactos 3 anos de anuncio, promoção e adiamentos…

Tal como diria o Jó Cognitivo: “agora que temos o trabalho em mãos, por que não analisar vários aspectos, desde os instrumentais passando pelas letras até a sonoridade… (e os especialistas buscariam mais uns 1000 itens).” Lol.

Sem mais delongas, o OUR traz um Young Double tão genial quanto egocêntrico, catapultando-o para o ponto mais alto do Rap feito pela dita New School e tendo em conta os inúmeros adiamentos, não se esperava outra coisa, senão um bom trabalho.

Genial porquê?

Porque nem todos os músicos ganham maturidade ao longo da sua trajectória, é aqui que entra a inteligência de Young, que teve a coragem de fazer uma auto-crítica e transformar em mixtape aquilo que inicialmente seria o seu primeiro álbum.

Não que este projecto esteja abaixo nível, mas a crença em si próprio fê-lo acreditar que para o seu primeiro álbum, deveria trazer algo mais rico em termos de conteúdos anulando assim qualquer possibilidade de torna-lo desinteressante ou fastidioso com o tempo… Bingo, acertou na mouche!

Yanguito

Nenhuma das faixas anteriormente disponibilizadas me fascinou, até ouvir “Um Pelo Outro”, que conta com a participação de Duc (uma voz que faz sempre a música brilhar mais); em seguida a minha atenção foi subitamente roubada pela música “Pedaços de Véu“, músicas muito bem conseguidas. Mas atentem que não estou a advogar em causa própria, simplesmente destaco estas porque realçam a versatilidade do músico em questão neste estilo onde o egocentrismo “fala mais alto” que o conteúdo.

Selectivo no que toca a participações e produções, os seus convidados escolhidos a dedo deram um toque qualitativo ao projecto, proporcionando uma sonoridade equilibrada.

As métricas e rimas estão de “mãos dadas”, o rapper não comprometeu e espelhou, de forma clara na maior parte dos temas, a sua visão sobre a vida, bem como a sua meta no universo musical. Teve claramente o cuidado de passar mensagens positivas, censurando composições menos boas.

Young Double 2015

Mas nem tudo foram rosas, pois aguardava-se aperfeiçoado uma vez que o título remete a isso –Os últimos tendem a aprender com os erros dos outros– aguardava-se acima de tudo um trabalho com assinatura by Young Double, e não foi o que aconteceu na totalidade. O rapper pecou nalgumas faixas cujas terminologias e métricas assemelham-se as do Jay Z e Drake, e admite: “seria hipocrisia da minha parte se falasse que não absorvo nada destes dois rappers”.

Embora com arestas por limar, o certo é que pessoas que têm o Rap na veias, incluindo eu, não teriam como não aplaudir este rapper que reinventa-se a cada novo verso. No mais, a mixtape não é perfeita, mas é boa o suficiente para que eu subscreva com toda a certeza: Com OUR the Hip-Hop must go On… E tem mesmo!!!

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Caipirinha Lounge: Cfkappa – Redireccionando Influências (Review)

cfkappa - redireccionando influencias

Homem de vários talentos e possuidor de um empreendedorismo nato, o que mais me impressiona no Kappa é que mesmo com tudo que ele faz, ainda teve tempo de sobra para aperfeiçoar e amadurecer o seu rap sem nunca perder a essência e sonoridade particular que o caracteriza.

Há continuidade na sua trajectória. Oiço agora “Graduação” e noto aí a matriz da identidade sonora que ouvimos ao longo do seu mais recente trabalho, Redireccionando Influências, o melhor conjunto de músicas que o Cfkappa já lançou até hoje. É um álbum que demanda ser ouvido para se poder compreender a evolução do rap angolano por intermédio de um dos seus mais novos intérpretes, alguém que ainda está na sua década dos 20 mas que já carrega nas costas um legado notável.

Cfkappa RI Chapeus

É impossível falar das músicas do Cfkappa sem mencionar o que lhe dá a sua essência: os dotes de produção do Kennedy. Aliás, toda label Cérebro Records é responsável pela sonoridade única (e o sucesso) dos sons do Cláudio. Este não é um rap necessariamente agressivo, nem monótono, mas sim um rap que carrega consigo das mais diversas influências musicas, principalmente o jazz e a chamada “música negra”. Oiçam, por exemplo, o som “Conglomerado“. É um dos meus preferidos no álbum, precisamente pela sonoridade jazzy e leve, a descontração, e, claro, o conteúdo: um “shout-out” do autor à sua label.

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Compre aqui o álbum Redireccionando Influências

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(Review) Slash, EP “Diário de Um Stana” Na Visão de Dino Cross

Slash Stana

Sabendo que sou fiel aos meus princípios de verdade e imparcialidade no Hip Hop, achei um pouco ousada a solicitação do Cenas Que Curto em ter-me a escrever uma análise crítica sobre o EP Diário de um Stana do Slash, um jovem que conheço bem, qual é o grande risco? Se considerar-se a minha opinião uma crítica negativa, dependendo da pessoa pode significar salgar a amizade e dar a possibilidade de terem um quadro com o meu retrato para aperfeiçoarem a pontaria do tiro, espero que o mesmo não aconteça neste caso, dito isso vamos directo ao assunto.

Slash - diario de um stana capa

Slash No Projecto #10Conhecidos

Eu estou em dúvidas sobre em que sentido se insere o Slash no conceito do espaço #10Conhecidos, se ele é um artista desconhecido ou se faz parte de uma lista de 10 artistas conhecidos, o facto é que o Diário de Um Stana não me soou uma obra de principiante, se formos a ver um desconhecido como alguém que está a começar e o conhecido como o reconhecimento de algumas andanças ou persistência no trabalho, como é o caso do Slash ao juízo dos meus ouvidos.

Diário de Um Stana (Intro)

10859343_727297663991302_1661866552_nO EP começa com a música que define o que é um stana, “Diário de um Stana“, podemos entender stana como um Street Nigga ou homem da rua, uma track dedicada aos batalhadores que tal como o Slash desde muito cedo acordaram para a vida e vão a luta em busca de dias melhores, se fossemos a julgar a letra da música ao pé da letra eu diria que há alguns equívocos como “desde os oito anos nas streets“, não creio que aos oito o Slash já era um stana, era muito Kid para isso, vou preferir considerar o início do seu percurso “Stanismo” no seu relato de “muito antes dos 23“.

Falando concretamente da música, identifiquei-me com ela, letra bem feita, o dropar caiu bem no beat, um namoro que resultou em uma boa música.

Ouça Aqui: Slash – Diário de Um Stana (Intro)

 

Mulatismo

10834144_727297680657967_1838590719_nNão gosto da música Mulatismo, porque o tema racismo, pra mim, é tocar na ferida das nossas almas, lembra-me com tristeza todo o percurso da nossa história como negros, prefiro mudar pagina, mas como o mundo não gira em torno de opiniões como essas, é sim salutar levar ao público estas denúncias, para um mundo melhor.

Já agora, também deve ser assim o papel interventivo de um rapper, quanto a música discordo de quem diga que o Slash deveria usar um flow diferente para cada um dos dois personagens, penso que desta forma ficou melhor.

Ouça Aqui: Slash – Mulatismo

2Em1 Com Duc

10859671_727297677324634_124012347_n2Em1 é uma das track que mais gosto e escuto, a participação do Duc valorizou muito a música, quanto Slash eu penso que em musicas que se pretende tornar românticas, a poesia casa mais com o falar da alma do que o duplo sentido propriamente dito, algumas coisas ficam sem sentido, “enfeitas a minha casa, (como) tapete…” comparar a nossa amada com tapete mesmo? Tapete é tapete, não, isso não! Percebi a ideia, estou no gozo, mas todo mundo sabe que é no gozo que se aproveita para falar a verdade.

Ouça Aqui: Slash – 2Em1 Feat Duc

 

Era Melhor, Fly Mode, Fotos (Remix) e Vocês

Era Melhor, Fly Mode, Fotos (Remix) tudo música boa, mas não vou descreve-las ao pormenor, porque a conclusão é a mesma, o Slash está maduro musicalmente, Diários de um Stana recomenda-se, mas claro que o mérito não é exclusividade do seu intérprete, com certeza que isso é um trabalho em equipa e percebesse facilmente que teve o dedo dos Magikz, os instrumentais estão bem doces, deixa aproveitar dar props aos produtores Aleny, DJ Impossible, Fabio Gama e Kelly Beatz este último que sampleou a música Mar Azul da Yola Semedo, dando vida a música “Vocês” de Slash Stana com Kayanara, gostei tanto, que a ouço várias vezes, façam sempre sample de sons angolanos, ya?

Slash Stana 2014

A Conclusão

Concluindo, eu identifiquei-me com este EP, sobretudo porque não encontrei mensagens negativas dentro do conceito de Rap que herdei do meu tempo, mesmo que inocentemente, senti uma certa responsabilidade com o papel pedagógico no Slash, pouco ou nada se descreve a “má vida” e outras futilidades que ouvimos nos dias de hoje e que em nada nos engrandece, sendo assim e para complementar o dropar também esteve acima da média, português compreensível e que em algumas músicas carregava uma melodia envolvente, realizando assim o casamento perfeito entre a letra, o dropar, a harmonia e o Beat.

Parabéns Stana, mantenha-te firme na arte de fazer bom rap.

Por: Dino Cross (www.dinocross.blogspot.com)

Slash - diario de um stana contra-capa

Faça o Download do Projecto “Diário de Um Stana “

https://soundcloud.com/slash-magikz/sets/slash-diario-de-um-stana-cenas-que-curto-6-10conhecidos

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#MegaShowDoKing: Nota 10 Pra Nga e 0 (Zero) Para a Organização

King Mega Show X CQC (33)

Com uma lotação perto de 80% da casa, Nga levou o Pavilhão da Cidadela a baixo, num show que ficará na memoria de todos e que entrou na história, pois são poucos artistas que até hoje conseguiram, em Angola, assumir uma espaço como o do Pavilhão da Cidadela…

King Mega Show X CQC (49)

1. A Organização do show

Parece um pouco exagerado, mas a organização do Mega Show do King, Nga, só teria um 10 se tivéssemos a falar de um trocadilho, (10)organização

Podíamos até tentar colocar o atraso no esquecimento, mas é inadmissível que, as pessoas pagando 2500 ou 5000Kz, ainda tenham que enfrentar a fúria da equipa de segurança mal instruída para conseguir assistir o show. A segurança do evento, usou e abusou da força durante o evento…

1.1 A Imprensa

Foi uma tarefa muito complicada fazer uma reportagem, pois a organização do evento forneceu passes de imprensa para as diferentes equipas que se deslocaram para o show, mas, ainda assim, os seguranças não permitiam que a imprensa entrasse, e quando o fez, alegavam existir uma pulseira que dava acesso a zona de imprensa (só forneceram a alguns). Nota 0 (zero) para a organização, pois falhas básicas como estas não são admissíveis…

King Mega Show X CQC (60)

2. O DJ “Walgee”

DJ WalGee é conhecido por fazer sempre um show a parte em todos os eventos em que participa. Com uma grande tendência para tocar Rap Americano, DaSoulRocka não deixou os seus créditos em mãos alheias sempre que chamado a intervir.

Falhou durante a actuação de Nga, obrigando o King a fazer uma acapella para segurar o show. Nota 7 em 10 possíveis para o mesmo…

3. O Mega Show do King, Nga…

Quanto ao show, infelizmente falaremos a partir do momento em que a nossa equipa conseguiu entrar, e nesta altura já Monsta estava no palco.

Nga é o King, mas como ele mesmo diz, não disto seria possível sem a sua família, Força Suprema e Dope Boyz. E quem lá esteve certamente viu que ninguém aí está de boleia, pois a prestação individual de cada um deles isto mostrou.

A titulo de exemplo, basta lembrarmos da reacção do público ao ouvir faixas como: Thugs de Monsta, Fácil e TáDaRaiva de Deezy, Estragar a Party de Prodígio ou ainda Inveja de Don.G.

Nga deu preferência aos seus mais recentes hits extraídos do álbum King e da mixtape “FS4life” da Força Suprema. Faixas como “Fama”, “Quando o Kumbu Cair”, “Test Drive”, “Deus é Pra Todos”, “Pra Me#da Não Volto”, que fizeram o Pavilhão da Cidadela tremer.

King Mega Show X CQC (72)

Os fãs da FS certamente saíram de lá satisfeitos, pois a selecção musical foi das melhores possíveis. Só acredito que fechar o Mega Show do King, com a faixa “Mo Sangue” de Prodígio com Monsta, não é a forma mais “explosiva” que podia acontecer, e tal como eu, muitos fãs ficaram na expectativa que fosse um “jajão”, mas não, era o fim do Mega Show do King…

No final, estavam todos felizes: Nga, a Organização e o público…

King Mega Show X CQC (66)

Fiquem aqui com algumas fotos do show…

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2ª Edição da Temporada de Mona Dya Kidi Em Fotos

Mona 2Edi No Bahia (3)

Mona Dya Kidi esteve na última Sexta-Feira no Espaço Bahia a fazer a segunda edição da sua temporada. Passaram por aquele palco artistas como: Jang Nomada, The Hot Mc, Ready Neutro, X da Questão, Cfkappa e Da Bullz.

Mona, apresentou algumas faixas dos seus projectos antigos e aproveitou para introduzir algumas novas que virão no seu próximo projecto.

Fiquem aqui com algumas fotos do evento, gentilmente cedidas pela CCC, feitas por Carbono Casimiro…

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Resumo do Show de Young Double No Benfica

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A Mancha Negra realizou no último Domingo (25 de Maio) o segundo show de Young Double no Benfica. O espaço escolhido foi o Nicolas Café, um espaço pequeno, mas com estrutura boa o suficiente para show cases.

O show marcado para às 15h00, teve inicio bem perto das 17h00, isto se levarmos em conta a actividade do DJ, Impossible no caso, que era um dos convidados anunciados. As actuações propriamente ditas, arrancaram bem perto das 18h00.

Com uma qualidade sonora aceitável, Young Double conseguiu uma lotação perto dos 60% do espaço. O público presente mostrou que saiu de casa para se divertir. Muito participativo, recebendo muito bem todos os convidados, desde os mais conhecidos aos 10Conhecidos. Com um palco pequeno e apenas 1 microfone para as actuações, alguns artistas sentiram algumas dificuldades para realizarem as suas performances…

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Young Double conseguiu reunir pelo menos 3 elementos da cultura Hip Hop no seu show: DJ, MC e Graffite, este último que foi usado para decorar o palco. Falando em palco, passaram por ele artistas como Kid Mc, Euclarmany, Dallas Furia, Delcio Dollar, #EdVsEd, Salu B, Sombra, Kid Mau, Kool Kleva entre outros convidados.

Os pontos mais altos da noite foram durante as actuações de: Kid Mc, Cfkappa, Delcio Dollar e claro, Young Double.

A organização do show teve sempre tudo sob controle e no final do mesmo Nilton Daniel, ou simplesmente Young Double, era visivelmente um homem feliz…

Fotos Por: @LMBreguet

 

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Dji Tafinha Levou Cine Atlântico Para Outra Galáxia (Por: @LMBreguet)

Dji Tafinha Show (Fotos @LMBreguet) (14)

Há muito que se esperava por uma apresentação exclusiva do Dji Tafinha, desde a saída da FreakShino, passagem pela Alien, o Dji construiu a sua “Própria” Galaxia e fez dela a poderosa GLX que é agora.

2014 é de facto um ano de realizações para esse artista tão grande em termos de percurso no Hip Hop angolano. Depois de ter ganho o prémio de melhor vídeo no Moda Luanda, que foi um grande feito para o nosso Hip Hop, pelo reconhecimento em geral, Dji lançou o seu mais recente trabalho “Duetos”, um álbum repleto de colaborações com vários artistas da nossa praça, e como esperado, a Galáxia fez a apresentação do álbum e de outros sucessos do Tafinha.

O espectáculo estava previsto para as 18h segundo os cartazes, mas teve inicio por volta das 20 horas, com o atraso registado e “desculpado” a sala do cine atlântico recebeu então o Rapper e seus convidados.

Dji apresentou um cenário simples, e organizado e com um aspecto muito especial e importante realçar, uma banda composta com 5 instrumentistas, sendo dois de Violinos, dois de Viola, um guitarristas e um DJ, que nos brindaram com um som com uma qualidade muito aceitável e acima da media do que é o habitual nos nossos Shows. Foi uma surpresa agradável e afinada uma apresentação de um Rapper nesses moldes musicais, o que mostra que rappers como Dji Tafinha têm feito musica e não só Rap.

Como eu acredito que todos os espectáculos de  apresentação de um trabalho especifico de um artista ou banda, Dji Tafinha brindou-nos quase que exclusivamente com as suas musicas, desde o principio ao fim, intercalando com os variados convidados.

Dji Tafinha Show (Fotos @LMBreguet) (3)

As participações estiveram ao nível do espectáculo, Teen Over, Fabious, ReadyNeutro, Sandocan, KB Max e todos elementos da Galáxia. Um dos momentos mais altos foi sem sombra de duvidas foi a participação do grande Anselmo Ralph um dos maiores ícones actuais da musica angolana.

E algo fora do contexto do show foi a participação animada de Cabo Snoop, que foi o único artista que não teve nenhuma participação em nenhuma obra do Dji Tafinha até agora lançada.

Como não podia deixar de ser, somos chamados a falar dos aspectos negativos do Show. Um aspecto que já consideramos comum, é o atraso no inicio do show. Como apresentava o cartaz, um dos momentos mais esperados era a participação do Nga e Prodígio, o que não aconteceu e que deixou o publico completamente desiludido, não sabemos o motivo pelo qual estes dois rappers não apareceram. O artista anfitrião visivelmente triste, naquela altura desculpou-se ao publico pelo sucedido ou o não sucedido neste caso. Este aspecto parou o show durante quase 20min, algo negativo esse aspecto.

Dji Tafinha Show (Fotos @LMBreguet) (8)

Dos grandes temas apresentados por Tafinha, claro que, Cinzas é uma dos melhores musicas apresentadas no show e que o publico que abarrotou o atlântico cantou, deixando muito visível a emoção no rosto do rapper que como sabemos dedicou esta musica ao seu filho.

Fiquem aqui com algumas imagens do show:

Texto e Fotos Por: @LMBreguet

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Novo Álbum de Bob Da Rage Sense Vem Nos Libertar do ‘Caos’ do Hip Hop

bob-rage-2013

Assim que entram os acordes iniciais do tema “Escrever para quê?“, a primeira faixa do álbum “Ordem depois do caos” de Bob Da Rage Sense, percebe-se desde então o que virá em seguida.

Quando entram os versos, primeiro com o convidado Fuse (Dealema), reconhece-se o liricismo que é característico aos Mc‟s. Fuse é igual a si mesmo, cospe um verso típico dos emecees do Porto, emblemático e carregado de misticismo. Bob discorre sua verborreia num discurso contundente e abnegado que logo absorve o ouvinte.

Na minha opinião, “Escrever para quê?” é a melhor faixa do disco, mas apesar de começar com a melhor música do álbum não regista uma curva decrescente a medida que vão entrando os temas seguintes.

Caro leitor, se o que lhe apaixona no rap são os conteúdos, a poesia, a capacidade dos rappers em usar e “abusar” das palavras, os duplos sentidos e as metáforas, então neste álbum encontrará seu oásis, pois a palavra (principal elemento da música Rap) aqui é levada em conta e a sério.

Bob-Da-Rage-Sense-orde-depois-do-caso

Em todos os álbuns de Bob Da Rage Sense, estes elementos se fazem presentes, mas mesmo quando a poesia não é assim tão magistral, o que diga-se de passagem, é raro acontecer, Bob encanta na mesma quanto mais não seja pelo flow e o à vontade que demonstra ao deslizar seu liricismo no beat.

Nota-se muita segurança no seu flow, a construção frásica é impressionante, dá ideia que o rapper escolhe sempre as palavras certas para transmitir sua mensagem. Sabe sempre o que dizer.

No tema “Já não lhe reconheço“, com Celso Opp, um hino a cultura Hip Hop que segundo o artista, está irreconhecível e desnuda da sua pureza dos anos de glória. Bob se mostra com uma convicção hermética de que a cultura se apegou muito às coisas materiais.

(…) O Mundo que conhecemos está um beco sem saída/ uns cobrem-se de jóias para acreditar que são felizes/ forçam estados de lucidez temporários mas estão perdidos (…)”. Estrato do tema “Reflecte” com a participação de Maura Magarinhos. Nesta faixa o artista reflecte sobre temas quotidianos, mostrando a sua faceta de cidadão inconformado com as injustiças sociais e que acredita numa verdadeira mudança.

Bob não aceita subordinar sua liberdade nem limitar sua inteligência à subserviência. Em “Viver a beira do abismo”, o emecee apregoa isso mesmo quando diz:

“(…)não me identifico com submissão(…)”.

Com um discurso incisivo nos versos, Rage Sense dispara no coro:

“eu não me adapto a sociedade/ ergo meu muro invisível onde encontro criatividade / porque acredito que a individualidade é a força motriz da minha personalidade”.

Bob da Rage Sense

Bob Da Rage Sense expressa-se perfeitamente pela sua música, continua com muita “raiva” a atacar de uma forma adornada o “senso comum” da sociedade de maneira a provocar mudanças no status quo. Armado só com a retórica, Bob combate as desigualdades com o poder da sua oratória.

É espectacular a maneira como Rage Sense adjectiva algumas coisas de maneira magistral, colocando a sua poesia muito acima da média. Nota-se também a cada faixa o evidente crescimento do artista, em múltiplos aspectos, ao longo dos tempos.

No tema “A poesia da viajem” Bob Da Rage faz viajar nossos sentidos por campos pouco frequentados. Ele tem essa capacidade de “vaguear” tranquilamente por temas com mais BPM’s (beats por segundo) como em temas mais pausados como é o caso deste, sem perder sua essência.

Na faixa “Sem Escolha Possível“, Bob afirma ser “coerente e inovador”. É verdade e nesta obra há muitos exemplos disso, pois ela apresenta diferentes entoações musicais, mas o Boom Bap está patente, coabitando perfeitamente com outras sonoridades como RnB, Soul, Neo Soul, Jazz e até excertos de música electrónica.

“Eu sou uma espécie de matéria-prima que a vida transformou em raiva e rima”.

Bob é uma mistura de diferentes influências que o acompanham desde tenra idade, muito por culpa de seu pai que também era um apaixonado pela música e transmitiu essa paixão ao filho. Ele é mesmo uma matéria-prima que a cultura Hip Hop transformou, através do rap, em poeta urbano e contemporâneo.

Bob faz do seu trabalho, da sua arte o lugar da sua liberdade perfeita. Estabelecendo aqui um paralelismo com a moda, diríamos que este trabalho de Bob Da Rage é alta-costura que vem tirar mercado a esses produtos prêt-a-porter.

Bob da Rage Sense Live Moçambique

A sua trajectória no hip hop em português nunca foi irrelevante, pois ainda no álbum “Bobinagem”, Bob já escrevia verdadeiros “pedaços de história‟, por isso pode mesmo gabar-se de seus trabalhos porque acarretam muita qualidade na produção e pôs produção.

Bob nunca se desencontrou com o seu estilo clássico e flow apelativo. Ouvindo-o agora neste novo álbum consegue-se perceber que Rage Sense tem algo que vem ainda do „Bobinagem‟. É como vinho, melhora com o tempo, deixando-o cada vez melhor.

Parafraseando o poeta português, Fernando Pessoa, que afirmou que “o fim da arte inferior é agradar e o fim da arte média é elevar“, só podemos presumir que a este trabalho de Bob Da Rage Sense é a arte superior porque nos vem libertar do caos no hip hop.

Com tudo que já disse anteriormente e com o que ainda fica por dizer, só nos resta concluir, mesmo correndo o risco de cair no cliché, que; Bob Da Rage Sense é um senhor músico, porque rapper só parece soar pouco!

Texto Por: Helder Guimarães

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Uma viagem ao reino de Ginga, a Rainha do Rap (Por @Cognitivo)

Eva-RapDiva

É sempre difícil fazer uma análise de uma obra artística, pois cada um ao ver/ouvir a obra, reagirá de acordo com as suas expectativas.

Dia 19 de Abril o dia marcado para o público ter duas obras que eram aguardadas com alguma ansiedade. A primeira, do Rei da LS ou simplesmente #King, Nga. A segunda, de uma voz feminina que tem criado furor nos media ultimamente. Com vídeos bem produzidos, letras polémicas e uns beefs à mistura, Eva, a Rap Diva, ganhou espaço no “Rap Game“.

Por causa dessa exposição, resultante de um (bom) Marketing, muitos amantes do estilo Rap (e não só) ficaram a espera da Mixtape “Rainha Ginga do Rap“. O título da Mixtape, que é também o apelido da Eva RapDiva, agitou ainda mais os bons ouvintes de Rap.

Rainha Ginga do Rap

Agora que temos o trabalho em mãos, o que dizer?

Podemos analisar vários aspectos numa obra, instrumentais, letras, sonoridade… (e os especialistas vão buscar mais uns 1000 itens).

Uma coisa que algumas pessoas deixaram escapar é: isso é uma mixtape! (Geralmente usadas para verificar qual será a recepção dos ouvintes).

Os instrumentais foram quase todos produzidos por beatmakers/produtores conhecidos no nosso mercado, entre eles, Beathoven, Detergente, Madkutz e Conductor (que foi o responsável pela maior parte deles).

Desde o momento em que lemos aquele nome “Conductor“, temos a certeza que os instrumentais serão de topo e qualidade sonora estará acima da média, é algo garantido. Mas quem quiser ouvir para confirmar…

Nas participações temos nomes como Leonardo Wawuti, Duc, Condutor, Tamin, Kalaf, Diva Ary, Girinha,Gpamella, Níria e Kris MC (as últimas 4 em músicas que já circularam bem antes da mixtape sair. Sem surpresas)

Avançamos então para os temas, que iniciam com uma faixa introdutória em que a autora diz o que pode ser lido no início do texto: muitos estavam a espera dessa mixtape. Depois temos uma sequência de músicas que se dividem em punchlines/motivação para as mulheres/história de vida. Sim, se tivesse que resumir os temas da mixtape, eu resumiria nesses 3 pontos.

eva rapdiva

São 3 temas interessantes… até que a autora decidiu torná-los repetitivos. Há músicas que soaram a continuação de outras músicas. Continuando nas letras, talvez por estar habituada ao mundo do freestyle, poderão notar que faltam detalhes na composição. Há quem acuse mesmo a RapDiva de ter algumas letras muito básicas, mas aí teríamos de questionar o que é básico e o que não é. A discussão seria enorme.

Quanto à sonoridade, poderão notar que os coros estão muito bem pensados e executados, não há reclamações quanto à mistura e masterização, poderão ouvir a mixtape sem medo de danificarem as colunas com ruídos que aparecem “magicamente” nas músicas (até porque precisamos de justificar os 1000 Kz da venda de mixtapes, com a qualidade das mesmas, não é?)

Por ser uma mixtape, não vamos falar da capa da obra, que logo que a recebemos passa-nos pela mente: “Isto vale mesmo 1000Kz???

Eva Rainha Ginga do Rap

Nas redes sociais vi alguns comentários sobre a Mixtape, bem antes de ouvir e, sinceramente, julguei que tivesse algo de muito errado com a Mixtape. Mas pelo que pude ver, a expectativa criada em torno da “Rap Diva” fez com que o público esperasse um projecto que actualmente não sei se há uma female MC em Angola com capacidade para apresentar. É preciso muita dedicação, muitas horas de estúdio, alguns trabalhos lançados, algumas críticas (negativas e positivas), uma pitada de sorte e sim, finalmente atingir o sucesso .

Para o número de músicas gravadas que a Rap Diva tem, pelo tempo que está efectivamente no mercado Angolano, a Mixtape “Rainha Ginga do RAP” é satisfatória, não esperem ouvir uma “obra-prima renascentista”, esperem ouvir uma female MC que saiu do mundo do freestyle e que, para todos efeitos, em Angola, é da nova escola.

Sintam-se a vontade para fazerem a vossa análise à mixtape, até porque, dificilmente encontraremos críticas iguais.

Uma curiosidade: mas é Rainha Ginga, Nzinga ou Njinga? Talvez a própria Rap Diva possa eliminar essa dúvida. Na Mixtape temos  duas formas representadas…

Texto Por @JoCognitivo

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Subúrbios, Fábrica de Heróis: Sacik Brow – Street-Hop (Por Soba L)

Sacik Brow

Quando o nosso mano Bob Da Rage Sense, afirmou o brocardo “Cada vez que ouvires um Rapper Português a falar que anda a roubar, disparar ou ainda matar, obviamente ele não sabe o que anda a falar” ficou patente o seu desconhecimento sobre os relatórios da Administração Interna, em relação as peripécias das Força Armada de Quarteira, Algarve.

Sacik Brow, porta-voz por excelência de todos os sobreviventes sem um plano B, vem, numa missão quase épica, resgatar o Rap Tuga das bibliotecas e devolve-lo às esquinas, ruas e becos. O seu manifesto (EP) não é uma apologia ao crime é, antes, um manual de instruções de superação de todos os jovens talentos que a sobrevivência encarcerou.

Street-Hop, rualidade cuspida de forma incisiva e mordaz, com muita propriedade e autoridade moral, com um flow portentoso, Sacik Brow consegue provar-nos por a+b, a veracidade do adágio popular segundo o qual “quando o talento vem de dentro ser o melhor é uma questão de tempo” e consolida o seu enorme talento neste EP, o que aliás auguramos desde 2012 quando neste blog, na resenha de 2012, no artigo “Bravos do PelotãoSacik Brow surgiu no sétimo lugar numa música estrondosa com o seu homólogo Bentley, o que prova uma vez o vanguardismo dos artigos do blog.

Sacik Brow 2014

Street-Hop, com uma sonoridade brutal, o resultado óbvio da constelação de produtores que sonorizaram as prosas poéticas de Sacik Brow. Desde Ricardo2R, que não deixou os seus créditos em mãos alheias e soube ombrear e granjear mérito com titãs hiphopeanos como LG Experience e DJ Nelassassin, o EP, conta ainda com produções de: Madkutz, Confidence, Blastah Beatz e Stone.

No cômputo geral, o EP esta muito DOPE, BANGER, um narrador por excelência dos constrangimentos suburbanos, qualidade essa que se revela estupidamente previsível e óbvia pela destreza e habilidade com que o Sacik Brow nos havia brindado no projecto anterior (Made In Gheto Vol. 1).

Minha Mãe nunca me deu uma festa de anos mas quer me dar um Velório digno” e/ou “Não há surra na esquadra que doa mais que a nossa Infância”, são algumas das linhas estrondosas que marcam este EP.

Enfim, Mad Propz, Illegal promo 4 Sheezy.
Manda vir o (Made In Gheto Vol. 2) Patrão! One!

Texto Por Soba L || Leia mais artigos de Soba L »»» www.cenasquecurto.net/tag/soba-l

Download »»» Sacik Brow – EP “Street-Hop

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MCK Comemorou Com Um Grande Show o Seu 33º Aniversário

MCK Vs Carbono Casimiro

MCK, Masta K e a Mano Mano Produções estão de parabéns, o primeiro em dose dupla pois ontem comemorou em grande estilo o seu 33º aniversário, tendo recebido uma surpresa da sua equipa que acabou com um apagar de velas em palco e o Cine Atlântico cheio a cantar parabéns para o grande homem da noite…

Mas o grande show começou bem antes, até porque tudo isto só aconteceu na altura em que MCK subiu ao palco, isto depois de quase todos seus convidados.

O show começou com a actividade dos DJs, com um atraso de aproximadamente 30 minutos, nota negativa, foi o facto de que na hora marcada para o inicio do show, com excepção ao DJ e ao Host da noite (Gilmario Vemba), nenhum dos convidados se fazia presente, algo que acabou se tornando determinante no alinhamento do show, que teve de ser alterado.

Como já citado, o show começou com a animação dos DJs convidados, DJ Pele e Samurai, que entretiveram o pessoal até a subida do host da noite, o maior humorista de Angola (sem duvidas) Gilmario Vemba membro do grupo “Tuneza”.

Gilmario, um grande apreciador de Hip Hop, fez um belíssimo trabalho durante a noite toda, tendo conseguido animar o pessoal com piadas feitas com as músicas/nomes dos convidados e por aí foi.

Show da Rima Honesta - MCK

A abertura do show ficou a cargo do grande nome da Kano Kortado, Sanguinário, que para nós, teve das melhores performances da noite, poderíamos facilmente colocar Sanguinário como o artista convidado que melhor aproveitou o convite da Masta K a par de Azagaia.

Chamou a responsabilidade para si, interagiu muito bem com o pessoal, escolheu bem as faixas e teve uma movimentação de palco muito boa. Foi super aplaudido e acompanhado pelo publico durante toda a sua actuação…

A seguir tivemos outros artistas que na nossa opinião tiveram nota negativa (Kallisto, Drunk Master e Eva RapDiva), pois infelizmente não estiveram nos seus melhores dias. Apesar disto, o público não deixou de aplaudi-los, puxando sempre pelos artistas.

Falando sobre Eva “a RapDiva”, deixou muito a desejar com a sua performance em palco, descompassada a dada altura com o Beat, apesar da atitude em palco, não se entendia se ela estava a fazer Freestyle ou estava mesmo a cantar. Acredito que pelos ultimos “inputs” da carreira desta Diva, o publico esperava uma Eva mais concentrada, mais segura e com uma performance no mínimo aceitável para uma “Diva”.

Poucos perceberam que Eva abandonou o palco e ainda mostrou-se indignada com a prestação do DJ (não foi a única). Lastimável a performance da “Diva do Rap”…

Uma surpresa agradável foi a subida de Kool Kleva ao palco, que entrou com uma acapella muito aplaudida e depois encantou todos os presentes com o clássico #BlackWoman, levando a sala toda a cantar o coro…

Dos outros grandes nomes anunciados no cartaz, seguiram-se Kid Mc, Flagelo Urbano e KBide. O primeiro, trouxe #Sombra numa sala super iluminada e foi muito aplaudido pelo publico, confirmando mais uma vez que é um dos artistas mais queridos do nosso público.

De negativo na sua performance, foi que, a semelhança do que aconteceu no seu grande show, Kid MC recorreu mais uma vez ao playback, algo que nos dias de hoje, e para um artistas como ele, não é aceitável…

Flagelo Urbano - Show da Rima Honesta

Flagelo Urbano é daqueles artistas que tem o seu pequeno, mas fiel publico. Foi muito aplaudida a sua entrada, mas durante a sua performance, que também não foi das melhores, viu-se apenas pequenos grupos de fãs acompanhando as letras das faixas. Ficou visível que Sambala “o homem de Medina”, precisa de mais aparições, pois ficou bem patente que os soldados do underground caminham com ele…

“Se a tua realidade é triste, fica ao menos feliz por não viveres na ilusão” #KBide

KBide, um nome desconhecido para 99% dos presentes, ciente disso, subiu ao palco procurando interagir com o público intercalando entre freestyles e acapellas e quando sentiu que já tinha criado uma certa ligação com os presentes, partiu para as músicas que reservou preparou para a noite.

“Menos Rap e mais Hip Hop” #Kbide

Nota positiva para o público que apesar de não conhecer o artista, foi paciente com o mesmo e procurou ouvir as mensagens que trazia, algo que deixou o MC Brasileiro visivelmente emocionado, tendo prometido tudo fazer para voltar aos palcos angolanos em breve…

Phay Grand pela primeira vez para muitos que conseguiram assisti-lo ao vivo, simplesmente o que esteve em palco foi a simplicidade que ouvimos das músicas dele, sinceramente o Phay Grand “O Poeta” representou a Rima Honesta, foi tão aplaudido que o povo estava a espera e pediu o “Povo Burro”.

Phay Grande O Poeta valeu mesmo pelo carinho que o publico tem por si. Foi super aplaudido, o público cantou com ele todas as faixas que interpretou, mas ainda está distante de ser um artista de verdade. Facilmente notou-se que a performance não foi preparada e que se calhar nem ensaio teve. Mas Phay Grande é mesmo “Pai Grande” e para quem o conhece, isto não deve ter representado problema algum.

Mano Azagia e MCK

Apesar do MCK ter subido ao palco antes do seu último convidado, entre os anunciados no cartaz, vamos primeiramente falar de Azagaia. Todas vezes que põe os pés nos palcos angolanos parece ser a primeira, pois o dono do Cubaliwa é um artista de verdade. Não se deixa enganar pelos créditos já firmados e vai a cada show como se fosse o último, dando tudo de si, um exemplo a ser seguido por todos. Palmas para o “Mano Azagaia” por mais uma vez nos ter brindado com uma grande performance…

Azagaia subiu ao palco e o Cine Atlântico quase rachou, o publico vibrou, saltou e cantou as musicas do Rapper Moçambicano, o Mano apresentou algumas musicas dos seus últimos trabalhos e trouxe um diferencial no show, as bandeiras de Angola e Moçambique a serem agitadas em palco, Fenomenal!!

MCK Vs Meduza MC

MCK teve uma apresentação sublime, mas com algumas falhas, “esquecimento das letras” sobretudo, superadas e improvisadas a tempo e hora, muitas vezes pelo seu Back Vocal (Toy). A sua apresentação teve muitos momentos altos, tais como a subida em palco do do grupo de Break “Estilo Urbano”, com MCK relembrando os seus tempos de B-boy dando uns toques “básicos“…

MCK partilhou ainda o palco com o novo fenómeno que comanda as ruas RRPL, em que apresentaram-se os majestosos MC A e o Mente Magika, interpretando juntos a faixa “Circuito Fechado”. Notou-se que com beats fica mais difícil, pois os dois freestyleiros se apresentaram algo descompassados, mais o Mente Magika que o MC A.

Já com Meduza MC, também dessas “leads”, foi diferente. A MC da RMG dividiu o palco com MCK e Toy na faixa “Na Fila do Banco”, numa performance muito boa, desde já os nossos parabéns para essa guerreira.

Um dos momentos altos foi a participação do filho mais velho de malogrado Beto de Almeida e cantou o dueto do Mano Katrogi com o seu pai. 

Já caminhávamos para o fim do show, e MCK chamou o sei irmão de luta “Ikonoklasta” aka Brigadeiro Mata Frakus, que a bom nível, não deixou os seus créditos em mãos alheias...

A tão esperada musica de fecho de show “A Téknica, as Kausas e a Konsekuências” também conhecida por “Sei La Quê Wawe” foi de facto a fase final do Show, em que o MCK nem sequer precisou canta-la.

MCK Vs Extilo Urbano

O nível de organização do espectáculo esteve razoável, mas faltou um pouco de profissionalismo por parte da segurança do evento em que deixou completamente insegura a área reservada a imprensa (por exemplo), que foi invadida pelo publico sem que eles movessem uma unha.

MCK Vs Ikonoklasta

Mas no cômputo geral, foi um grande Show de Hip Hop, show esse que levou a exaustão do público com aproximadamente 6 horas de duração, sem que esse fiel publico tirasse o pé.

À Masta K e toda a produção do Show da Rima Honesta, felicitamos e reconhecemos o vosso trabalho, muitos parabéns ao MCK e toda a sua equipa por nos proporcionar tal evento.

Texto Por: @LMBreguet e Cenas!!!

Fotos Por: Carbono Casimiro

Esperamos nos próximos dias publicar mais fotos e vídeos do show…

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Cubaliwa… O Regresso de Quem Sempre Esteve Aqui… [Por Soba L]

Cubaliwa - Azagaia

Verdades e mentiras foram propaladas contra o mano Edson da Luz, disseram as más línguas que o gigante do índico havia naufragado nas ondas da suruma. Cubaliwa (renascimento) O regresso triunfante de quem sempre esteve aqui

Putos perguntam, porque raios a Renamo de Afonso Dhlakama, insiste em reeditar o caos e agonia da guerra civil? Azagaia, respondeu a essa questão com a destreza e habilidade de sempre, na faixa “Cães de Raça” uma autêntica tese de sociologia sobre a quadratura do círculo da sociedade moçambicana numa abordagem magistral sobre o ABC das assimetrias, imparidades e preconceitos entre às classes sociais moçambicanas.

Azagaia, sempre na contracorrente, não se deixou comover pelas operações de cosmética que veem sido empreendidas na igreja católica pelo Papa Francisco, o gajo porreiro e, na faixa “Maçonaria” Azagaia, banalizou o cristianismo de forma incisiva, numa descomunhão notável, um apelo comovente aos nossos manos bantus que insistem em procurar salvadores divinos para resolverem os problemas que a União Africana não resolveu em 50 anos.