Prestes a completar um mês de lançamento (amanhã, dia 27) é chegada a hora de avaliarmos o projecto “O Último Rapper” de Young Double. Ahm, esqueçam o titulo do post…
“Dia 30 é muito tarde, baixe e ouça agora OUR“. Foi com estas palavras que Young Double decidiu antecipar para 27 de Maio o lançamento do seu “tão anunciado” projecto intitulado O Último Rapper ou ou #OUR se preferirem.
Foram exactos 3 anos de anuncio, promoção e adiamentos…
Tal como diria o Jó Cognitivo: “agora que temos o trabalho em mãos, por que não analisar vários aspectos, desde os instrumentais passando pelas letras até a sonoridade… (e os especialistas buscariam mais uns 1000 itens).” Lol.
Sem mais delongas, o OUR traz um Young Double tão genial quanto egocêntrico, catapultando-o para o ponto mais alto do Rap feito pela dita New School e tendo em conta os inúmeros adiamentos, não se esperava outra coisa, senão um bom trabalho.
Genial porquê?
Porque nem todos os músicos ganham maturidade ao longo da sua trajectória, é aqui que entra a inteligência de Young, que teve a coragem de fazer uma auto-crítica e transformar em mixtape aquilo que inicialmente seria o seu primeiro álbum.
Não que este projecto esteja abaixo nível, mas a crença em si próprio fê-lo acreditar que para o seu primeiro álbum, deveria trazer algo mais rico em termos de conteúdos anulando assim qualquer possibilidade de torna-lo desinteressante ou fastidioso com o tempo… Bingo, acertou na mouche!
Nenhuma das faixas anteriormente disponibilizadas me fascinou, até ouvir “Um Pelo Outro”, que conta com a participação de Duc (uma voz que faz sempre a música brilhar mais); em seguida a minha atenção foi subitamente roubada pela música “Pedaços de Véu“, músicas muito bem conseguidas. Mas atentem que não estou a advogar em causa própria, simplesmente destaco estas porque realçam a versatilidade do músico em questão neste estilo onde o egocentrismo “fala mais alto” que o conteúdo.
Selectivo no que toca a participações e produções, os seus convidados escolhidos a dedo deram um toque qualitativo ao projecto, proporcionando uma sonoridade equilibrada.
As métricas e rimas estão de “mãos dadas”, o rapper não comprometeu e espelhou, de forma clara na maior parte dos temas, a sua visão sobre a vida, bem como a sua meta no universo musical. Teve claramente o cuidado de passar mensagens positivas, censurando composições menos boas.
Mas nem tudo foram rosas, pois aguardava-se aperfeiçoado uma vez que o título remete a isso –Os últimos tendem a aprender com os erros dos outros– aguardava-se acima de tudo um trabalho com assinatura by Young Double, e não foi o que aconteceu na totalidade. O rapper pecou nalgumas faixas cujas terminologias e métricas assemelham-se as do Jay Z e Drake, e admite: “seria hipocrisia da minha parte se falasse que não absorvo nada destes dois rappers”.
Embora com arestas por limar, o certo é que pessoas que têm o Rap na veias, incluindo eu, não teriam como não aplaudir este rapper que reinventa-se a cada novo verso. No mais, a mixtape não é perfeita, mas é boa o suficiente para que eu subscreva com toda a certeza: Com OUR the Hip-Hop must go On… E tem mesmo!!!
1 comentário
fQuitamba · 27 de junho de 2015 às 09:02
Young é um dos melhores que ouço nos últimos tempos. Nada de vida mulata mais sim ritmos e poesia.
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