Proibido Ler Isto (Por Azagaia)

MCK - Proibido Ouvir Isto

Agora que começaste vai até ao fim… Disse para mim mesmo depois de apertar o play e deixar o novo CD do MCK rolar. De certeza que não sou o único que gosta do proibido, eu e toda a raça humana somos assim. Proibir é acender uma chama no frio, ela queima mas aquece. Ainda bem que logo na primeira faixa do disco o K tranquiliza-nos quando diz que se trata de Fogo Amigo. E é disso mesmo que se trata, MCK, por trás da Trincheira de Ideias que já nos habituou, abre fogo em nome da justiça, paz e liberdade e diz que está de volta na caminho de luta depois de 5 Anos de Ausência.

O álbum começa muito bem para quem esperou 5 anos por ele. Com uma sessão rimada de explicações e esclarecimentos, afinal meia década de ausência é suficiente para alimentar boatos, rumores, e mal entendidos, McK leva-nos aos assuntos proibidos de Angola, de África e do mundo, mostrando-nos que embora afastado, esteve sempre atento. Acredito que foi com essa atenção que ele percebeu o que há Por Detrás do Pano num som profundo e arrepiante com a ajuda das vozes vibrantes de Beto de Almeida e Ângela Ferrão, na faixa 3. (mais…)

“Não Há Barulho Mais Aterrorizante Que Aquele Vindo das Ruas“ – MCK, Nga e Ready Neutro (Por Soba L)

hip-hop-angolano

Não há barulho mais aterrorizante do que aquele que vem das ruas

Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, quando Gil Scot-Heron profetizou com o brocardo The Revolution Not Will Be Televised, definitivamente esqueceu-se de acrescer But It Might Be Televised If a Change In Minds Occurs. Durante largos anos, os membros das instituições nacionais que tutelavam às premiações artísticas, pautaram-se por uma conduta anti-desportiva, nunca houve fair-play e muito menos boa arbitragem na avaliação dos artistas que traziam nas suas obras o selo deste estilo hermético (RAP).  Todavia, era apenas uma questão de tempo, chegaria o dia em que o Buzz proveniente das ruas penetraria no dogma institucional das instituições em alusão, do tipo: contra factos não há argumentos.

Revelação

Humano bélico, marcando passos mesmo sem ser um Step Model, luso como o Kratos, na promoção com o Tarciso e o Cenas, falo do Rainho, Ready Neutro. A tape Rey Duz Bandiduz, foram pequenos ventos que anunciavam o furacão verbal que se confirmou nos trabalhos subsequentes, Efeito Neutro e Efeito Da Força. Ready, neutralizou o nosso mercado, o mano transformou às suas punchlines em degraus, que culminaram com a sua subida ao púlpito do Moda Luanda 2013, onde, viu a sua carreira das ruas, ser Laureada com o prémio Revelação do Ano. Maktub, estava escrito, Yebba já não é o futuro, agora é o presente, Mad Propz para o Ready Neutro e toda a sua Gang.

Consagrações

Houve quem, de forma pouco aconselhada e precipitada, declarasse a independência do Rap Nacional na frequência do Show realizado pelo Valete em Angola. Eu, imperfeito como qualquer humano, vou alinhar no mesmo diapasão e seguir o mesmo itinerário, apesar da falta de legitimidade e autoridade, julgo pertinente declarar o ano 2013, como o ano de Independência do Rap Angolano, sobretudo pelos prémios atribuídos aos dois titãs angolanos: MCK, pela Radio Luanda, na categoria de Rap do Ano e Nga no Moda Luanda 2013 na categoria de Melhor Rap e Show do Ano. (mais…)