Sou amigo do Katró há muitos anos, muitos mesmo, praticamente metade das nossas vidas. Conhecemo-nos na adolescência quando eu fazia um programa de rádio na LAC (A Era do Hip Hop) e ele me levou a sua maquete “Casos da Cidade” (“eu ia em gás/com uma perna frente e outra atrás/ tava eu em brasa a sair do Kiluanji”). Desde os primeiros minutos que me provocou as mais sinceras e desgarradas gargalhadas com as suas rimas. As nossas trajetórias, embora com algumas diferenças naturais, tocam-se em vários pontos, de convivência, troca de ideias, episódios que vivemos juntos, a presença em momentos cruciais e definidores de rumo, o que foi cimentando uma cumplicidade fraterna, cada vez mais forte.
Há duas semanas ele procurou-me, como fez tantas vezes ao longo destes 16 anos, para desabafar acerca de alguns episódios turbulentos por que tem passado, pedir-me a minha opinião, ouvir sugestões.