Hipflickz – Phay Grande, muita gente (incluindo musicos e produtores), concideram-te o rapper mais original que apareceu no mercado angolano nos ultimos 5 anos. Quer explicar o segredo de tais elogios?
PG -Eu nao entrei nessa cena de rap como muitos dreads, vem alguem de calcas largas se junta a essa pessoa e juntos decidem formar um grupo. Respeitando o trabalho de cada um, isolei-me do pessoal…sou do tipo de pessoa, que escrevo a minha letra entro no studio e gravo, sem ter que pedir palpites, acho que isso ajuda na creatividade do artista.
Hipflickz -Foi dificil afirmares o teu estilo proprio??
Phay Grande -Foi super dificil, no principio insultavam-me bue, uns diziam que a minha voz parecia de um boi (risos), apos ter posto o meu album no mercado, muita gente curtiu a minha cena, e os que me insultavam hoje respeitam a minh creatividade. Acho que se todo o angolano tivesse coragem de fazer aquilo que realmente gosta, sem ter medo de criticas, o hip hop na banda estaria bue desenvolvido.
Hipflickz -Tens sido convidado para espetaculos?
PG – Fui convidado pra um espetaculo no Elinga, o pessoal sabe o meu talento, conhece as musicas, acredito que parte do interesse dos organizadores de espetaculos de me convidarem ou nao.Infelizmente muitos espetaculos convidam mais os artistas por “amiguismo” do que por vontde de mostrar o pouco talento que felizmente ainda existe no no circuito nacional.
Hipflickz-Consegues muito rapidamente falar do teu percurso da tua carreira?
PG -O primeiro som que gravei, chama-se Vulcao, um dread usou-me como experiencia, para cantar no beat dele. Gravei outros sons em 2001 mas em 2002 é que o meu nome comecou a aparecer com mais relevo apois o lancamento da musica Folha A4. Em 2005 gravei o disco com ajuda de um amigo que me deu muita forca, o cantor de gospel, o Guerry.
Hipflickz-Qual a tua tua apreciacao sobre o hip hop aqui em Luanda?
PG-Para ser sincero, digo-te sem medo que o pessoal aqui não curte hip hop, se curtissem de verdade, o hip hop estaria no nivel que hoje se encontra o kuduro (e o kuduro veio muito mais tarde que o rap)….não nos aldrabemos o pessoal não curte hip hop. Aqui os albuns batem um de cada vez.
Gostar de hip hop é um disco de rap sair, o pessoal comprar para apoiar o movimento, e em casa escutar a mensagem que o artista esta a tentar transmitir, existe muita pouca gente ou quase ninguem que faz isso. Isso é o resultado das pessoas dizerem que gostam de algo por moda….infelizmente aqui seguem muito a moda.
Hipflickz -Fala um bocado do teu album que lancaste no ano passado
PG -Em 2005 pus no mercado o meu primeiro disco, que teve como titulo Pao Burro
Hipflickz-Pao Burro porque?
PG-Pao Burro é uma metafora para “povo burro”, dei este titulo ao disco porque fiz uma musica com o mesmo titulo, musica esta que senti que falei aquilo que gostaria de falar sobre o meio em que habito, e importando-me pouco pelo que os ouvintes gostariam de ouvir.
Hipflickz-Fale de colaboracoes do teu disco
PG-Chamei os meus avilos da banda, Mad Crook, Stone K, Stropa, Afro Basta, Warawata, Sensei Bonzi e o K7. Em suma avilos que representam o Catambor, o Prenda e o Cassenda.
Hipflickz -Como foi a aceitação do disco?
PG- Eu pus a disco a venda em alguns mercados da capital, tal como o do Prenda, Correios, Roque, Congolenses, etc. Recebi um feedback positivo por parte do pessoal, estou a construir a minha carreira paulatinamente, sem pensar atingir patamares fora do meu alcance.
Hipflickz -Como encaras essas cena de underground vs commercial?
Epah antes cantava bue sons a criticar os comerciais, etc. Mais tarde cheguei a conclusao que desde que te abras e sejas tu mesmo tasse bem. Caso caricato foi o facto de que os tais undergrounds pouco me ajudaram na minha carreira, os gajos que me deram bue de apoio na gravacao do meu disco foram “comerciais”.