Kool Kleva Explica o Conceito da Mixtape "Menos Kool, Mais Kleva"

kleva-mixtape-vendas

A mixtape é basicamente uma continuação da linha temática do meu álbum “Kooltivar (Páginas Rimadas do Livro da Minha Vida)“. No entanto, há aqui uma maior liberdade no que diz respeito ao uso da língua. Além do Rap propriamente dito, viajo por outras “modalidades” como o Spoken Word (que aparece timidamente no álbum já referido) e o Word Jazz.

Além disso, questões como que deixadas atrás no Kooltivar, ganham nesta mixtape maior relevância. O tema “Judith“, por exemplo, foi escrito tendo como base varias perguntas duma fã incondicional; perguntas sobre a vida pessoal, sobre a carreira, sobre outros artistas etc etc.

Kool-Kleva

Já o tema “Da-lhe Com Garra“, usa o acto sexual como metáfora para a entrega, amor e dedicação que deve se ter na arte de criar bom Rap.

(mais…)

Nga – Resumo do Show de Apresentação do Álbum "Filho das Ruas"

nga-show

Desde 2002 que NGA e a Força Suprema colocam as suas mixtapes na internet e nas ruas. O número de fãs tem crescido e os rappers, residentes na linha de Sintra, têm dado shows por toda a Europa e várias vezes vieram pra Angola mostrar todo o seu talento. Desta vez, o espectáculo do grupo assinalou mais uma conquista: o lançamento do álbum “Filho das ruas”.

Já  era noite quando cheguei ao “TMN ao Vivo”, em Lisboa, e a chuva ameaçava cair sobre a capital portuguesa. A casa prometia estar cheia e foi o que aconteceu. O ambiente estava a ser animado pelo DJ de serviço e não eram poucos os que mostravam os seus dotes de dançarinos.

Pouco passava das 22:30 quando começou a ouvir-se o instrumental que anunciava a entrada de Nga ao palco. O rapper veio cheio de energia, carregando na voz um dos seus hinos, que foi cantado por ele e pelo público. A canção “Alleluya”, que teve um remix em Angola, revelou-se um excelente tema de abertura, fazendo com que Nga agarrasse desde o inicio a sua audiência.

Mas o rei da LS (Linha de Sintra) faz-se sempre acompanhar pela sua família, a Força Suprema, e não tardou que todos se juntassem em palco para cantar o tema “Memu Nigga”. A energia entre os quatro era imensa e apesar de este ser um concerto especial, não se notou nenhum nervosismo, aliás apenas foi visível a experiência de quem “anda na estrada há muitos anos”. (mais…)

"Artista Vs CQC" – Entrevista Com Leonardo Shankara

leo-shankara

Leonardo da Conceição, ou simplesmente Leonardo Shankara, é um jovem rapper de 21 anos vinculado a Yebba Entertainment. No Rap desde 2002, gravou a sua primeira faixa em 2004 na Raiva Produções nas mãos de Raiva e Dino Grill.

“Coisas de Amor” de Andre Mingas, “Refugio” de Leonardo Wawuti e “O Micro, O Skillz e o Mc”  de Denexl com Edu Zp, são 3 das suas músicas de preferência, e as recomenda a todos.

Para Leonardo Shankara, Hip Hop é como um compromisso sério, embora não pensa em faze-lo para toda a vida, ou por muito tempo. Sente que o Hip Hop faz parte de si, mas pensa futuramente constituir família, exercer a função para a qual está a formar-se e largar os microfones, mas nunca deixando de lado a música e em particular o Hip Hop.

Pastor Leonardo Shankara como também é conhecido, é o primeiro artista convidado para a nova rubrica do #CenasQueCurto, “Artista Vs CQC“, rubrica esta que promete “lançar” uma entrevista com 10 perguntas a um artista, todas as Sextas-feiras.

shankara-vs-cqc

“Leonardo Shankara Vs CQC”

1. Leonardo Shankara… Hoje és visto como um dos principais nomes da Nova Geração. Achas que isto é consequência do bom trabalho que tens feito ou está ligado ao meio em que te encontras (Yebba Ent.)?

R: Eu penso que é consequência de um bom trabalho de ambas as partes por uma simples razão: Eu cresci com a Yebba, não encontrei a Label com o nome feito. Participei da estruturação e organização da mesma desde quando era apenas um nome que soava nas faixas do Ready. Hoje com maior abrangência e elementos novos crescemos muito mais, como artistas e como organização.

2. O Rap em Angola tem pouco mais de 20 anos. Shankara surge naquela que é considerada a 3ª Geração do Rap Angolano. Achas que a tua geração está pronta para levar a bom porto o Rap nacional?

R: Sim, com certeza. Tal como o ciclo vital, a arte é um processo evolutivo. Claro o rap que foi feito pelos nossos kotas nos anos 90 é diferente do rap que foi feito em 2003 e o por ai adiante. Sou de opinião que há valores e padrões que aprendi no rap que não os abro mão por causa da evolução ou sucesso, mas há muitos bons MCs na minha geração, que me asseguram afirmar que iremos levar bem o testemunho que nos foi passado.

3. Qual a sua opinião sobre o momento que atravessa o Rap em Angola? (mais…)

Nga Entrevistado Pela My Sound Magazine “A Minha Música Reflete a Minha Vida”

NGA-11

Foi num dia de sol na margem do rio Tejo que o My Sound Magazine esteve à conversa com dois artistas do rap português, Nga que já é um verdadeiro sucesso nacional e Prodígio que sempre o acompanha nos espectáculos. Ambos darão um concerto dia 30 de Março no espaço TMN ao Vivo.My Sound: O rap começou, em Portugal, em meados dos anos 90 que foi precisamente quando tu vieste de Angola. Como surgiu o Rap e o NGA na tua vida?
NGA:
 Pelo que sei o Rap começou nos anos 80, nos anos 90 foi quando houve aquele boom, aquela expansão um bocado maior com os Zona Dread e outros, eu quando cheguei cá, vim de Angola com a minha mãe e com a minha irmã, e não te sei dizer porquê, quando eu ouvi além dos putos de bairro a Black Company apaixonei-me logo, o poder das palavras, o ritmo. Não te sei dizer porquê, eu não tinha irmãos mais velhos (…) então foi um primo meu que veio da Alemanha, trouxe umas cassetes, e eu identifiquei-me logo, apaixonei-me logo, mesmo coisas que eu vivia na altura…e pronto fazia-me companhia. Os Black Company são irmãos que eu tenho hoje, são os irmãos mais velhos que eu nunca tive e que entendia, eu não os conhecia, eles não me conheciam mas a gente entendia-se bem.

.
MS: Boss AC é uma das referências em muitos dos teus sons. Como justificas essa grande influência?
NGA: 
Quando eu ouvi Boss AC foi no álbum dos Black Company, o “Filho das Ruas”, que eu disse, apesar de ser ainda muito novo, tinha uns 14, 13, 12 anos por aí…é muito bom, muito bom! As palavras, o ritmo, na altura o AC já gravava fora então as músicas já tinham aquela qualidade (…) e ele era o melhor professor que havia, o AC dava-te um pouco de crioulo, um bocado de inglês, uma ou outra palavra de francês, espanhol, mas sempre a engrandecer o que é feito em português. Eu sou muito fã de português, sou muito fã de ouvir as palavras. Depois eu queria vestir como ele, as calças abaixo do rabo como ele (…), então eu queria ser como ele. (mais…)