Foi o “pai” da cultura hip-hop em Portugal, lançou discos e subitamente, desapareceu sem deixar rasto. Desistiu da música, limpou ruas nos EUA, passou multas em Londres e em Junho vai regressar aos palcos no festival Lisboa Mistura. Encontrámos General D em Londres onde, pela primeira vez, contou toda a sua história
Foi há 20 anos. Lisboa era Capital Europeia da Cultura. Mário Soares, então Presidente da República, organizava o polémico congresso “Portugal? Que Futuro?”, enquanto o primeiro-ministro Cavaco Silva ignorava o que lá se passava, partindo numa famosa viagem familiar a um local paradísico até ali desconhecido – Pulo do Lobo, nas margens do Guadiana. Os Nirvana tocavam em Cascais. Os Underground Sound Of Lisbon lançavam So get up, com a voz do americano, então radicado em Portugal, Darin Pappas, a acender as pistas de dança do mundo. Ao mesmo tempo um músico de jazz do Porto, Pedro Abrunhosa, na companhia dos Bandemónio, propunha canções acid-jazz no álbum Viagens, tornando-se num êxito.
1994 foi também o ano da visibilidade do hip-hop em Portugal, passando das ruas dos bairros da Grande Lisboa, onde até aí estava confinado desde o final dos anos 1980, para os lares dos portugueses. General D, que nos anos anteriores fora o grande dinamizador, encetando colaborações e sendo o primeiro rapper a assinar um contrato discográfico, lançava na EMI o EP PortuKkkal É Um Erro, projectando vontades sonoras que (mais…)