Celebrar os 33 anos de idade do meu mano, amigo, companheiro, soldado de armas Katro, fazendo um concerto como aquele que presenciamos no Domingo, dia 16, foi provavelmente um dos maiores presentes de que tenho memória. O K dispensa comentários. É provavelmente o símbolo mais representativo da música “Rap engajado” de Angola. E é por essas e outras razões, que venho soltar as minhas palavras em torno do evento.
Fazer um Concerto àquele nível não é fácil. Engana-se quem pensa que o é! Não há na história relativamente recente do Rap Nacional, e da música Angolana de forma geral, artista que terá realizado um concerto dessa dimensão por conta própria, repito conta própria, e não colocar em causa a sua dignidade, moral, ideais e acima de tudo sem comprometer a integralidade da sua música. O Mc k fê-lo, e em grande estilo!
E como não há bela sem senão, dou a mão á palmatória e reconheço terem havido coisas não muito boas, do ponto de vista da gestão. Mas essas foram suplantadas pelo universo de coisas boas que foram brindadas ao público. Boa música, bom som, bons Djs, boa organização, bom apresentador, boas performances de uma maneira geral, segurança por todo lado, e acima de tudo, um concerto que apesar de ter durado quase 6 horas, o pessoal não arredava o pé! Devo dizer mais alguma coisa? Direi…
Criticar é fácil, quando não se é experimentado na arte da escrita reflexiva, responsável, imparcial, investigativa e desprovida de paixonites e subjectivismos baratos, quando se é aprendiz na arte da feitiçaria e da displicência, sem se analisar e fundamentar ponto-a-ponto as razões de facto e se quisermos de direito, que gravitaram em torno dessa observação. Cada um tem o direito de livremente manifestar as suas ideias, usando para o resultado qualquer meio que lhe convier, contanto que tal não seja ilícito e ofensivo á moral e os bons costumes. Usar esses meios para atacar graciosamente o evento e as pessoas nele envolvidas, sem apresentar razões de tal afirmação, é a meu ver muita ingenuidade e inconsequência. Houve tanta coisa boa no show, que algumas entidades preferem atacar apenas as ruins. Mas porquê que deve ser assim?
Vejamos;
Não confudamos opinião (Subjectivismo), com bom senso (Razoabilidade). A opinião própria não se apieda do falar atoa. Muita gente não percebe nada de Rap, diametralmente nada e quer falar profundamente de algo que apenas vê a superficie. Ir muito á praia não é sinónimo de saber nadar. Mas os que te virem quase sempre a ir para a praia, pensarão que sabes nadar. Não é? Sim, contanto que já saibam que não sabes nadar.
Quem não reconhece o mérito do concerto do Katro, de certeza que não sabe, não tem noção, para não dizer a “definição” do que é ser Rapper Underground em Angola. Critiquem, digam que a nossa actuação não foi das melhores, tratem-nos como artistas de terceira, sedentos de aparição, mas ao menos admitam o trabalho das pessoas que fizeram tudo para que o concerto acontecesse. E aconteceu e esteve Dji bom tamanho…
Parabéns ao Mc k, aos fies de Katro, aos Griotes de Sambala e a toda equipa de produção. Aos Jornais e Revistas, Rádios, Tvs, blogueiros e ao público presente.
Sambala