Allen

Mais uma entrevista feita a Allen Halloween. Desta vez os meus parceiros de “crime” (blogosfera) da Gang do Moinho a fazerem uma cena fixe com o nigga… Gostei muito das resposta que ele deu e destaco aqui  algumas perguntas uma pergunta em que explica o porquê de ter feito a diss track “Fuck Y’All Yo”. Aproveito para dizer aqui que concordo com o que ele disse sobre o “Sistema” criado pelos rappers. Deixei também algumas perguntas/respostas ligadas a Angola.

No final o link para lerem a entrevista completa directamente do blog Gang do Moinho. Curtam a cena…

Allen 2 

Gang Do Moinho: Qual é a história por detrás da música Fuck y’All yo?
Halloween: Fartei-me de ouvir mentiras. Acompanho o movimento underground “tuga” desde do início. Inicialmente era um grupo de putos que combatia o “sistema”, que depois no final acaba por fazer parte da criação desse mesmo “sistema”. Basta ires, por exemplo, ao Myspace desses combatentes do “sistema” e vê o grupo de amigos deles, e está lá o “sistema” todo. Falo duma elite do hip-hop “tuga” que dão festas entre si, gravam entre si e bloqueiam o acesso de outros rappers a lojas e outros meios de divulgação e venda. Eu senti isso na pele. O meu trajecto no hip-hop foi muito difícil, venho directamente da rua para os ouvidos do mundo.

GDM: O 50Cent foi a Angola e foi roubado em pleno palco, tu foste lá dar um concerto e para além de não ter havido confusão, foste considerado o maior. Vês aqui uma evolução, uma demonstração de respeito?
Halloween: Não se trata de evolução ou respeito, trata-se de inveja. O 50Cent foi a Angola e foi atacado por um invejoso qualquer à procura de protagonismo. Em termos de fama, ao lado de um 50Cent, eu ainda não nasci. Mas também já senti na pele esse lado oportunista e invejoso de algumas pessoas. Tenho tido sorte, os invejosos comigo têm-se dado mal. A minha “tropa” não dorme em serviço e olho gordo a gente vê à distância. Acho que há pessoas que só vivendo duas vezes irão perceber que os 50Cents, os Marilyn Mansons ou os Halloweens são o que são, não por serem maus ou gangstas ou malucos, mas sim porque a arte deles toca-as.

GDM: Mas em Angola és o número 1??
Halloween: Angola tem uma cena… o povo Angolano saiu da guerra…, mas mesmo durante a guerra, foi um povo que sempre gostou de se divertir. Os que estão aqui em Portugal também gostam de se divertir. Acho que os Angolanos se identificam comigo. Ao fim e ao cabo, há muitos rappers que falam mais ou menos daquilo que eu falo, mas falam em crioulo, e então os Angolanos revêem-se naquilo que digo.

GDM: Como é que é a vida dos Angolanos aqui em Portugal?
Halloween: Bem… Agora também já há Angolanos milionários que andam a comprar esta merda toda! Mas como foi a vida deles? Eu já estive com Angolanos ali no CEF para tentarem arranjar documentos. São esses que se revêem na minha música… Angola, em certos pontos, é pior que Portugal. Quando fui lá, só para te dar um exemplo, estive no Rangel, que é um gueto, e estive no Chill Out, que é uma discoteca com um nível que aqui em Portugal nunca fui. É tipo 8 e 80. Tens pessoal a vender água e gelo na rua, e no Chill Out parecia que estavas em Miami. É por isso que vou lá cantar e há muita gente que se reconhece naquilo que eu digo. Uma coisa que nunca tinha visto antes de ter estado em Angola, foi estar no palco a cantar e estar um gajo no público a olhar para mim a chorar. Fiquei mesmo…, porra! Acho normal.

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