Miller Van-Dunem Rosario, ou simplesmente Sanguinário, é um rapper angolano de 27 anos de idade, membro da Kano Kortado Records, que tem chamado a atenção de todos nos últimos tempos no movimento Hip Hop. Com aproximadamente 10 anos de estrada no Rap, Sanguinário tem vindo a ver o seu esforço recompensado nos últimos 2 anos, onde com o projecto “Oxigênio” tem aos poucos atingindo alguns dos seus objectivos no Rap.
“Cio” de André Mingas, “Primeiro Mundo” e “Na Boca D’Angola” ambas de Aline Frazão, são músicas que nunca avança quando está com os headphones e recomenda a todos. Para Sanguinário, Hip Hop é mais do que um “simples” movimento, Hip Hop é Vida.
Sanguinário é o segundo artista a ser entrevistado na rubrica “Artista Vs CQC“, que todas as Sextas-Feiras convida um artista a responder a 10 questões.
“Sanguiário Vs CQC”
1. Como te definirias enquanto rapper?
R: Detesto rótulos, mas quanto a isso não há muito a dizer, sou um Rapper Underground, um eterno livre compositor, consciencializador e intervencionista social.
2. Acreditas que a tua música tem contribuído de forma positiva na vida das pessoas?
R: Com certeza, principalmente no que concerne a criação, hoje recebo mensagens e chamadas de pessoas a dizerem que sou uma inspiração pra eles comporem ou darem os primeiros passos como MC’s, ou seja, o que faço é motivo pra que outros façam também… É fantástico!!!
3. Qual o saldo que podes fazer dos 2 volumes do Projecto “Oxigênio” já lançados?
R: O saldo é positivo. O projecto foi concebido com o intuito de auto capacitar-me como MC, a nível da escrita, dicção, métrica, ritmo e harmonia, para posteriormente lançar um álbum que se torne numa referencia dentro do Rap Nacional. Sendo assim, pelo feedback extremamente positivo que temos recebido estamos no bom caminho.
4. Estas a trabalhar na terceira parte do projecto “Oxigênio”, tencionas leva-lo até que volume e com que objectivo?
R: Já foi minha intenção leva-lo ate ao décimo. Mas devido a vida que tenho em paralelo com o Rap (trabalho, chefe de família e estudante universitário) receio não ter o tempo livre o suficiente pra escrever, bazar no Kallisto ouvir beats, etc… Por estes e outros motivos, só irei lançar até ao quinto volume e depois o álbum. O objectivo é o de ser ouvido daqui a 15 anos e parecer que lancei a cena ontem (assim me sinto quando ouço Keita Mayanda “O Homem e o Artista”).
5. O que um rapper deve carregar nas suas músicas para que entre sempre na tua PlayList?
R: É necessário que seja muito original. Mas atenção, originalidade revestida de qualidade no que toca a escrita. Porque cá existem muitos que são originais, mas que têm um conteúdo muito vazio e efêmero (poucos serão intemporais).
6. “Talento Vs Trabalho” Qual destes itens achas que nos leva mais rápido ao sucesso?
R: Ambos são indispensáveis pra que possamos atingir patamares elevados. É tipo seres um pedreiro, teres areia e não teres o cimento, nunca chegarás ao desejado bloco (risos).
7. Qual foi a experiência mais interessante que já viveste como artista?
R: Experiências são inúmeras. Gravar com Ikonoklasta e MCK pro projecto Oxigênio Vol.2 foi muito gratificante. Não só pelo facto de serem grandes MCs e pioneiros do movimento, mas também pelo nível de exigência no que toca qualidade artística para poderem gravar contigo. Ouvir uma palavra de incentivo do Raf Tag (minha influencia de sempre) é fantástico. Receber um convite de Keita Mayanda para trabalharmos juntos é de outro mundo mano…
8. Sabemos que és gêmeo do Inamotto e de certeza já passaste por muita coisa devido a grande semelhança que têm. Qual a situação mais complicada que passaste por causa desta semelhança?
R: Uma vez já apanhei uma queda de um colega (Nzinga Mbande) do Inamotto, porque o Inamotto devia-lhe uns desenhos do Dragon Ball. O mano assim que tomou conhecimento que eu não era o Inamotto, ajoelhou-se e pediu perdão. A partir daquele dia juramos nunca fazer mal a ninguém, sob pena de um pagar pelo outro e até hoje vivemos na paz.
9. Qual a tua opinião sobre os critérios usados para as categorias Rap em Tops como o “Radio Luanda” e “Moda Luanda” que este ano tiveram vencedores, no mínimo, incomuns?
R: Sinceramente não sei quais são os critérios que estes órgãos, no caso a Rádio Luanda e a Step Models, usam pra poder nomear quem participa. A questão que a mim cria um pouco de confusão é: “Será que estas pessoas ouvem, conhecem quem nomeiam?” É necessário que os organizadores venham a publico e digam como e porque fazem as escolhas do fulano e do sicrano, porque isso a mim parece-me o jogo da troca de favores. Quanto aos que venceram no caso MCK (já era sem tempo), Ready Neutro de facto é na minha opinião o rapper revelação no ano transato e Nga show do ano, yah não são todos que enchem um atlântico e deixam a mídia a se perguntar “esse mais é quem?“. Estes realmente merecem e viva o Hip Hop…
10.A ideia do CQC é melhorar sempre. Poderias apontar 3 cenas que não curtes no nosso blog?
R: (Risos)… Um blog com este nome não dá pra sugerir quase nada. Já cantou o CFK, seria muita ironia. Só tenho mesmo uma dica pra dar. Actualmente existe um grave problema no movimento, parece que já ninguém pode dizer a verdade e és conotado como Hater, Invejoso, Cafoia. Será que não erramos? Somos perfeitos? Será que sou obrigado a dizer que gosto da tua música só para te fazer feliz? Extiste uma febre inexplicável por parte de alguns de chegar ao top, porquê?
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2 comentários
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