Jovens habilidosos como Juan Iturbe, Mario Götze, Shinji Kagawa, Gabriel Torje e Wellington Nem são alvos de comparações ao camisa 10 do Barcelona.
Há alguns anos, quando algum jogador jovem impressionava pelo talento dentro dos gramados a comparação era apenas uma e logo a revelação ganhava o apelido de “novo Pelé”. O tempo passou e o Rei do Futebol continuou com seu lugar de prestígio máximo dentro do esporte, mas os meninos talentosos passaram a ter outro espelho.
Eleito melhor jogador do mundo pela Fifa nos últimos três anos, Lionel Messi já é colocado como um dos melhores jogadores da história por muitos especialistas. E todos os talentos que despontam ao redor do mundo hoje em dia são comparados com o craque argentino: os “novos Messis”.
O compatriota
Não é preciso ir muito longe de Rosário – terra do craque do Barcelona – para encontrar um dos que ganharam a comparação com Lionel. Natural de Buenos Aires, Juan Manuel Iturbe tem 18 anos e começou sua carreira profissional no Cerro Porteño, em 2009. O compatriota de Messi, inclusive, chegou a prestar serviços às categorias de base da seleção paraguaia, mas, logo que teve seu talento constatado, foi chamado para a sub-20 da Argentina.
Atualmente, o jovem atacante pertence ao Porto, onde chegou na metade do último ano, contratado por € 1,5 milhão (cerca de R$ 3,6 milhões). Na equipe portuguesa, ainda não conseguiu emplacar uma série de jogos, tendo atuado em apenas sete jogos até agora (um como titular) e sem marcar nenhum gol. Por isso, o jornalista Carlos Beer, do jornal “La Nación”, acredita que Iturbe ainda não merece o apelido que tem.
– Ele tem talento, mas precisa demonstrá-lo. Ainda lhe falta muito. Por enquanto, sim, é exagerado dizer Messi. Mas ao dizer “novo”, minimiza-se a comparação – afirmou.
O alemão
Um ano mais velho e com uma conquista de peso em seu currículo, Mario Götze já conta com prestígio de craque. Considerado o “Messi da Alemanha” (e ninguém mais, ninguém menos do que a lenda Franz Beckenbauer já o chamou algumas vezes assim), o meia-atacante de 19 anos é cria da base do Borussia Dortmund e, com dois anos de carreira profissional, já é titular absoluto do time alemão.
Para alcançar tal status, o jovem precisou demonstrar talento no Campeonato Alemão. Com seis gols e 15 assistências, a revelação foi um dos trunfos do Dortmund para a conquista do bicampeonato nacional. Tudo isso lhe rendeu uma renovação de contrato com o clube até 2016 e o maior salário do elenco: R$ 920 mil por mês.
Além do apoio da torcida do Borussia Dortmund, Götze também conta com a admiração da imprensa alemã. Sebastian Heier, jornalista do portal “Goal.com” da Alemanha, garante que o talento do jovem é mesmo impressionante.
– Compará-lo com Messi não é um exagero. Há muitos paralelos entre os dois. No gramado, eles têm os mesmos movimentos brilhantes. Claro que Messi ainda está em nível superior, mas Götze está no caminho certo e é um jogador com um grande futuro. Ele mostrou um estilo de futebol que nós não víamos há muito tempo na Alemanha – analisou Heier.
O jornalista alemão também afirma que as semelhanças entre Götze e Messi não ficam apenas dentro das quatro linhas.
– Ele é quieto e não gosta dos grandes problemas do futebol. Às vezes, parece envergonhado, mas no gramado mostra técnica brilhante e fantástica visão de jogo. Depois dos jogos, ele sempre tem palavras humildes sobre sua performance. Ele não gosta de ser o ponto de foco. Ele é um jogador de equipe – completou Heier.
O japonês
O Borussia Dortmund, aliás, pode se gabar por concentrar dois “Messis” em seu elenco. Além de Mario Götze, o time alemão também conta com o talento de Shinji Kagawa, o “Messi do Japão”. Aos 23 anos, Kagawa é o mais velho entre as promessas comparadas ao craque argentino e, por isso, talvez seja o mais badalado.
Considerado a maior revelação do futebol japonês nos últimos anos, o jogador natural da cidade de Kobe começou a carreira no Cerezo Osaka e se transferiu para o Borussia Dortmund aos 21 anos, por apenas € 350 mil (cerca de R$ 850 mil). Em sua primeira temporada na Alemanha, marcou 12 gols em 28 partidas. Mesmo atrapalhado por uma lesão grave, que o tirou de metade do torneio, foi eleito para a seleção da edição 2010/11 do Campeonato Alemão.
Na atual temporada, Kagawa também teve bom desempenho, marcando 16 vezes em 39 jogos e sendo uma das principais peças para a campanha impecável do campeão antecipado Borussia. Por isso, o zagueiro Felipe Santana, companheiro de elenco de Kagawa no time alemão, vê a comparação entre o japonês e Messi como algo justificável.
– Não acho exagero. O Kagawa chegou na equipe num momento que ela já tinha um rosto, mas não tinha aquele número 10, que pegava a bola e resolvia o jogo. Nossa equipe deu sorte em receber, ao mesmo tempo, três jogadores de muita qualidade, que combinavam e deram certo. A gente brinca que ele tem três olhos, é muito agressivo, tabela muito rápido, não perde a bola, joga com os dois pés. Tem todas essas facilidades.
O romeno
E até mesmo a Romênia, país sem grande tradição no futebol, tem o seu Messi. O atacante Gabriel Torje, de 22 anos, ganhou espaço aos olhos do futebol europeu com um bom desempenho no Dínamo Bucareste. Então, foi contratado pelo Udinese no meio de 2011 por valor não revelado, mas especula-se que o time italiano tenha gastado € 7 milhões (cerca de R$ 17 milhões). No entanto, ainda não demonstrou regularidade em Udine e só marcou duas vezes em 19 partidas pelo clube.
Para Daniele Monti, comentarista do SporTV, Torje realmente tem bastante habilidade, mas ainda está longe de poder ser comparado com Messi.
– Para mim, é exagero. Mas ele tem 22 anos, então daqui a pouco ele pode estourar. O Udinese vendeu o Alexis Sánchez e tentou contratar um jogador com o mesmo estilo. Ele é baixinho, rápido e habilidoso, mas ainda não mostrou tanto futebol na Itália. Ele é titular do Udinese, mas é um time que tem muitos jogadores desconhecidos, também.
O Messi brasileiro vem de Xerém
Conhecido como celeiro de talentos para o futebol de todo o mundo, o Brasil também tem um jovem que tem talento comparado ao de Lionel Messi. Aos 20 anos, Wellington Nem foi formado nas categorias de base do Fluminense, mas foi longe das Laranjeiras que ganhou a admiração dos torcedores brasileiros.
Emprestado ao Figueirense em 2011, o meia-atacante chamou a atenção com sua grande habilidade com o pé esquerdo e foi um dos destaques do time no ano. Inclusive, foi eleito a revelação do Campeonato Brasileiro, o que fez com que o Tricolor carioca solicitasse seu retorno ao clube.
Em 2012, logo ganhou status de titular sob o comando de Abel Braga e encantou a torcida com seus dribles e gols, ganhando o apelido de “Messi de Xerém (local do centro de treinamento das categorias de base do Flu)”. Porém, o jovem carioca admite que ainda precisa de muitas conquistas para poder ser comparado com o camisa 10 do Barcelona.
– O reconhecimento da torcida em me comparar com o Messi é muito gratificante, mas sei que preciso ter a minha própria história. Acompanhei rapidamente o jogo do Barcelona com o Milan e, mais uma vez, ele mostrou toda a sua categoria. Temos algumas semelhanças, como a serenidade e o fato dele também ser canhoto. Torço e sou fã dele.
Fonte: www.globoesporte.com