O nome pode soar a novo mas Capicua é um segredo que o Hip Hop português guarda há demasiado tempo. Concretamente desde meados da década de 90 no Porto, onde pintava na rua com os rapazes, invicta entre os primeiros writers e MC em potência. Senhora do seu nariz, eterna militante do inesperado, Capicua não é de fácil rotulagem. Apesar de estar longe do “retrato robot” típico de um rapper, é o Rap que faz o seu coração bater a 120 bpm’s. E foi precisamente do seu lugar cativo fora da caixa que ganhou a aprovação da turma.
Na vida real, Ana cresceu numa família feliz, teve uma educação marxista, estudou sociologia, fez um doutoramento em Barcelona e a caminho dos 30 construiu a sua identidade algures entre a maria rapaz, a dona de casa que gosta de telenovelas e a tripeira de vontade férrea!
Depois de dois EP’s em colectivo, de uma mixtape a solo com beats de DJ Premier e de inúmeras colaborações em projectos de alguns dos mais conceituados Dj’s e Produtores nacionais, Capicua confirma o seu trajecto num álbum maior. De rima ágil e verbo pungente, a MC cresce sobre instrumentais de D-One, Ruas, Sam the Kid, Xeg ou Nelassassin, e enfrenta o momento, o movimento e a sua própria identidade com sensibilidade, bom humor e valentia. Terna e feroz, íntima e torrencial, Capicua rima como é, coisa rara e preciosa.
Fonte: www.optimus.blitz.pt