A diversidade musical e cultural surgida nos morros e asfaltos das periferias do Rio de Janeiro ganha o palco do Teatro II do CCBB-RJ a partir do dia 8 de fevereiro.
O projeto Um Outro Olhar Sobre Ele apresenta uma vez por mês parte da juventude que produz cultura popular e que se destaca na música (como o samba, e o funk) na dança e na arte do hip hop, com a presença de MCs, rappers, DJs, b-boys e grafiteiros. A ideia do projeto é apresentar artistas da nova geração dos morros e periferias do Rio junto de outros artistas oriundos desses espaços de desvantagem social que já conseguiram projeção em suas carreiras artísticas.
Idealizado por Paulo Azevedo e com produção de Dilma Negreiros, fundadores do Centro Integrado de Estudos do Movimento Hip Hop, o evento transita entre o entretenimento e a reflexão. Os organizadores vão promover debates para se discutir os desdobramentos da cultura hip hop, as questões que envolvem o funk, a nova e velha escola do samba, atitude, cultura e protagonismo com a presença de especialistas nos temas. O público tem assim a possibilidade de ver, ouvir e refletir com mais embasamento sobre essas manifestações culturais que emergem das camadas populares: “A ideia do projeto Um Outro Olhar Sobre Ele é fazer os diferentes gêneros artísticos dialogarem num espaço de reinvenção constante de encontros e desejos”, afirma Paulo Azevedo.
Na abertura, dia 08/02, as atividades começam ao 12h30 com performances e intervenções de Fabiana Costa, professora de dança que já se apresentou em 16 países e ministrou cursos no Brasil, Alemanha, Áustria e França; e João Carlos, b.boy, Intérprete-criador da Membros Cia de Dança desde a sua formação, há 11 anos. As 19h acontece o show da Banda ART.1, formada no Centro Integrado de Estudos do Movimento Hip Hop (CIEM.h²) em Macaé em 2005 e que apresenta um conteúdo politizado a partir de uma linguagem que mixa música negra e MPB. Seu repertório engloba estilos como samba, bossa, funk, rap e soul, entre outros. Os apresentadores são DJ Machintal, produtor musical, colecionador e pesquisador; e MC Slow, músico, mestre de cerimônia, poeta, sempre militando no campo da cultura urbana, com causas entre o social e o artístico.