Mãe

Mãe é aquele ser do sexo feminino que depois de nos receber como simples esperma, nos carrega dentro de si durante 9 meses, alimenta, cuida, é a primeira pessoa que nos ama e cuja dimensão e valor são quase sempre indescritíveis. Mas muitas vezes, MÃE não precisa ser a que nos concebe, MÃE é quem cria, cuida, dá amor e educação. Mãe forma a nossa personalidade, e ela pode ser adoptiva,, pode ser uma Tia, a Sogra ou até mesmo uma irmã.

O mundo celebra hoje, 01 de Maio, o dia da Mãe, e, tendo como base uma matéria do site “Rimas e Batidas“, decidimos buscar e tentar saber como este Ser, sempre importante, quer seja biológico ou adoptivo, se faz sentir na vida e arte dos HipHoppers.

Na América, lembramos por exemplo, a relação conturbada que EMINEM teve na infância com a sua mãe, Deborah Mathers, cuja “raiva e ódio” o rapper viria a expor depois na música “Cleanin’ Out My Closet”, e isso influenciou com certeza a sua personalidade e forma de ser e estar na sociedade e na música. Já mais adulto, EMINEM, abriu espaço para perdão e reconciliação com a progenitora e fez a música “Headlights”.

Considerado por muitos o melhor rapper de sempre, 2 PAC, teve uma vida conflituosa nas ruas de Nova Iorque, com vários problemas com a mãe, Afeni Shakur, uma activista social e política, que o levaram a sair de casa e morar na rua aos 17 anos. No entanto, o músico tem uma das melhores músicas de sempre que um rapper fez para homenagear a mãe. Em “Dear Mama”, PAC, se chama otário por não ter dado ouvidos a mãe, por não ter reconhecido antes o seu esforço, e se redime logo a seguir, considerando – a uma “RAINHA AFRICANA”.

Cá entre nós, qual é a relação dos nossos HipHoppers /rappers com as mães? O que elas significam para eles? Fomos a busca das respostas para estas perguntas com alguns deles.

Nga e Dona Tina

Quase impossível, é falarmos disso, sem termos em conta o NGA. Crescido em Portugal em meio a pobreza e descriminação, não há quem o ouça e não conheça o nome Dona TININHA, sua mãe. Apesar de referir – se a ela em várias músicas de quase todos os seus projectos, a grande homenagem aconteceu mesmo quando em Novembro de 2012, no show de apresentação do álbum “Filho das Ruas”, Dona Tina, foi chamada ao palco do Cine Atlântico, para ver e testemunhar a “Glória” do filho que deu ao Rap. Entre emoções fortes, foi mais aplaudida do que o filho (D. E. P Dona Tininha).

Mac D

Descemos até o bairro Caponte, no Lobito, e subimos a Torre Vermelha para ouvir o líder da Família Eterna. Para Mac D Murmur Yó, sua mãe, MARIA DOS ANJOS, é uma Guerreira, a fonte de inspiração e a responsável por grande parte do seu carácter, personalidade e a essência de tudo o que traz na sua música. “A minha mãe é o meu farol e estará sempre reflectida no que faço”, afirmou o rapper.

“Me habituei a espinhos, minha mãe é ROSA”. A frase que abre este parágrafo, faz parte da música MVP, na mixtape Menos Kool Mais Klever, e é daquele que é para muitos, a maior referência do Hip Hop angolano, Kool Klever. Klever, que várias vezes homenageia a mãe com versos semelhantes e para quem dedicou a música “Beautiful” do álbum “Kooltivar”, vê também na mãe a sua grande fonte de inspiração e com quem tem uma relação saudável, “ela sempre me apoiou e secretamente a maior fã… Temos uma relação saudável, somos muito chegados e ainda me ralha quando falho”, afirmou.

Girinha

“Ela é minha poesia, já leste uma poesia? Na verdade tu não lês, ela te lê e tu somente sentes. Minha mãe é meus pés no chão, eu que vivo com a cabeça nas estrelas. Ela sempre usou os seus super poderes para impedir que matassem meus sonhos. Ela não é perfeita e é exactamente por isso que é tão inspiradora. Minha mãe está naquele largo, eu a vejo sempre.” Em que largo Girinha? Bem, deve ser o das Heroínas, com certeza. A Tia Cecília Santos é tão enorme que a Gi não queria parar de falar dela, deixamos então que concluísse: “Nem dá pra viver sem ela, ela é Deusa. O tal amor de Deus, deve ser assim, como o da minha mãe”.

Mamy

Mamy The Miss Skills, que se tornou mãe recentemente, não poupou palavras para elogiar a Tia Maria Odete João Dória, sua mãe, de quem diz ser amiga e sua influência de vida e carreira. “Ela significa tudo, é a pessoa a quem recorro quando tenho um problema e sei que é a única com quem posso contar e confiar a 100%. Significa determinação, confiança, amor, atitude, garra e humildade. É uma grande mulher e aprendo todos dias com ela, uma companheira que vale a pena ter ao lado”.

DJ Nkkappa

Será que para os nossos HipHoppers, a relação com a mãe é ou sempre foi a melhor?

Com os que connosco falaram, DJ Nkkappa, é o HipHopper cuja história com a mãe, nos reporta outra vez aos americanos que abriram o nosso artigo. Tendo crescido no Rangel, bairro pobre, com todos os piores problemas que se podem imaginar, a relação com a progenitora, Maria Elsa Gaspar da Silva de Carvalho (Dona Elsa) sempre foi conturbada, tendo ficado dois anos sem falar com ela, até passar por um problema e reparar que ela estava aí como a melhor companhia. “Depois disso, minha mãe tornou-se mesmo naquilo que muitas mães significam para os filhos, a condutora, a instrutora, aquela que dá a vida pelos filhos”, conta, o também Activista. E o que significa para ti hoje, ela? “Hoje, minha velha é a mãe que eu queria ter quando era adolescente e implicávamos com tudo, um com o outro, hoje somos mais mãe e filho do que fomos ontem. Dizer” Mãe te amo”, já não serve para as mães angolanas, é muito pouco ao lado do sacrifício que é criar filhos com alguma honestidade, e mais ainda, conseguir formá – los e fazer deles os homens que vão construir um amanhã melhor para este país. Como HipHopper, a maior influência que recebi dela foi a filantropia, minha mãe é muito de partilhar até o que não tem”, respondeu o DJ.

O que significa para si a sua mãe? Qual é a influência que ela tem na sua vida?
A todas mães do mundo, as angolanas, as do Hip Hop em particular, aqui fica um beijo grande, do tamanho desta cultura que nos une!

Categorias: Rap Angolano

Cenas Que Curto

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