“Quem está com o povo, está com Deus. Povo No Poder!!!”
O rapper moçambicano, Azagaia, foi detido no último fim-de-semana (como já devem saber) por ter sido encontrado, supostamente, com quatro gramas de erva, e a Polícia não demorou a badalar o caso, chegando, alguns círculos, a referirem que o músico foi detido por tráfico e consumo de droga.
Azagaia já em liberdade, decidiu fazer um vídeo-comunicado se pronunciando oficialmente sobre a sua detenção. Assistam abaixo o vídeo, ou então leiam o comunicado mais abaixo:
“Em primeiro lugar agradecer a todos que me foram solidários e apoiaram desde o momento da minha detenção até o da minha soltura: familiares, amigos, músicos, jornalistas, admiradores, políticos e público no geral. Devo a minha liberdade a cada um de vós que sempre acreditou em mim.
No dia 30 de Julho, sábado, dia em que ia realizar o concerto de apresentação do meu novo vídeo, pouco antes das 15h, no bairro 1º de Maio, na cidade de Maputo, a polícia moçambicana interpelou e revistou a viatura em que eu seguia com mais dois acompanhantes. A polícia encontrou na posse de um dos meus acompanhantes um grama e meio de cannabis sativa para consumo pessoal. Posto isso, fomos, eu e ele, conduzidos a 12ª esquadra, onde foi feito o registo da ocorrência. De seguida fomos conduzidos a PIC e por fim a 6ª esquadra onde ficámos detidos até segunda-feira de manhã, período em que fomos levados de novo a PIC onde recebemos o mandado de soltura, de modo a aguardarmos o julgamento em liberdade.
O caso encontra-se agora nas mãos da justiça moçambicana, e para não influenciar o trabalho desta, não farei mais declarações sobre este assunto até a sentença. Agradecia portanto, que os mídias respeitassem a minha posição. E que ao invés de publicarem mentiras difamatórias, como a de associarem-me ao tráfico de drogas ou a apologia a estas, aguardassem ou recorressem a entidades competentes e capazes, neste momento, de revelar detalhes do processo.
Quero também expressar a minha solidariedade a todos os cidadãos moçambicanos acusados de cometerem crimes, que por não serem nem artistas, nem comerciantes ou políticos influentes não merecem a mesma atenção dos mídias, e que por causa disso, aguardam encarcerados há muito mais do que quarenta e oito horas pela data do julgamento.
Peço a todos os meus admiradores perdão pelo choque e violência da notícia. Peço também que mais do que acreditarem em mim, acreditem que as árvores conhecem-se pelos seus frutos e não pela beleza que possam transparecer.”
Por: Mano Azagaia